terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Poema para SPET - Emerson Alcade

Poema para SPET
DIONÍSIO NO CURRICULO

Na sala me embriago com as teorias de Aristóteles
No bar me concentro na lógica de cada gole
Um Engov. Ópis, ops, o telefone, meu irmão Karamazov
Fiquei imóvel como os personagens de Tchecov.
Saio do balcão meio maria-mole
Nos corredores os autores ébrios escrevendo sobre o cereal killer
com chá, granola, caipora corrobora com Zola é natural naturalista
a boemia o fogo paulista

com a coordenação somos épicos-brechtianos
com a direção; dramáticos
com a atuação; românticos
e assim vamos experimentando as bebidas as tomadas as comidas
Viajo nas leituras me dá tontura.
No intervalo vou à rua tomado pela loucura de Hera
direto pro boteco do Tiozinho Vânia ter com as amarelas

Já é primavera tempo da colheita da uva e de filosofar na alcova
e imaginar as humoristas nuas sem cenários e figurinos
representando a Escola de mulheres e maridos de Molière!
Mulher, como tem gente que não gosta de... Molière?
Volto a aula pra expurgar o excrerimento.

Pausa longa o aprendiz entra no escuro com as pontas dos pés
ta rolando um vídeo do Tarkovisk e o filme é;
A Infância de Ivan
Um garotinho magrinho e corajoso e hoje um bom vivã

Vou ser bem realista BEBI mais do que eu li.
E ninguém vai apagar a memória da cana de Newton porque ta na física
e na construção da personagem simbolista
O Rei e a Meretriz.
Sonhei que tava indo com a Cléo pra Paris
num palco giratório em 120 dias
e as satyrianas em volta encenando o repertório das putarias

To lendo o Cerejal e vendo gaivotas e do outro lado da praça a Fedra travestida colorida com o Joaquim e o Cabral
isso ta me parecendo uma colônia de Portugal.
Essa usina é uma grande feira tem até freira, loucos, cegos e macumbeiras.
A escola é pós-moderna: serra e martela
incorporou Dionísio no currículo no rabo de galo
é o falo neste pátio aberto vamos, em coro, os duzentos fazer um brinde
ao saudoso Alberto Guzik.
EVOÉ!!!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Lista dos próximos aprendizes!!! 2011

Saiu a lista dos aprendizes de 2011.
Não seremos mais 200 seremos 400...Temos que mudar o nome do blog.

:)

Parabéns!

http://spescoladeteatro.org.br/aprovados-2011/

A ideia do Paulão de Dramaturgia é organizar uma festa para recebê-los!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Resenhas das Satyrianas - Projeto Ouvi Contar

Saiu no blog Antro Diálogos resenhas dos textos dos aprendizes de Dramaturgia apresentados durante as Satyrianas. Comentem, divulguem...

:)

http://antroexpostodialogos.blogspot.com/

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Proposta...

Aproveitando o espaço do blog e por realmente querer participar desse nosso movimento de inclusão nos procedimentos mais administrativos, pedagógicos e burocráticos da Escola, gostaria de dizer que estive, nos últimos tempos, sentindo falta de algo que me indicasse a direção certa a seguir, algo que me mostrasse onde estão meus êxitos e carências no que diz respeito ao processo de aprendizado: PROCESSO AVALIATIVO.

Claro que, seguindo a pedagogia da Escola, não tenho intensão de propor um sistema em que sejamos "aprovados" ou "reprovados", de forma alguma. Mas, de fato, gostaria que ao menos pudéssemos receber algum tipo de relatório individual feito pelos educadores no qual fossem expostos os nossos pontos fortes e fracos para que, então, fosse possível nos dedicar às nossas carências.

No caso do curso de Técnicas de Palco, especificamente, há uma necessidade ainda maior desse tipo de processo para que saibamos a que carreira seguir. Um técnico de palco não é apenas um contra-regra. É também um produtor, um diretor de palco, um maquinista, um cenotécnico, um aderecista e mais outras tantas coisas quanto forem possíveis dentro de um teatro.

Enfim, lancei a proposta e aguardarei os ecos para saber se, além de mim, mais alguém gostaria que lhe indicassem o caminho.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

HEY HO LETS GO

Que loira do banheiro que nada, a última coisa a deixar algumas pessoas (vulgo direção) de cabelo em pé foi um cartaz, uma manifestação (na verdade tiraram antes que eu pudesse ler) bem na porta do banheiro masculino, levantando algumas questões em relação à escola, expressando seu desconforto.
Mas o acontecimento trouxe no mínimo um movimento necessário à escola, e após uma breve reunião de Ivan Cabral com alguns alunos (pois poucos foram avisados á tempo ou tinham disponibilidade) foi levantada a seguinte questão:

_Numa escola diferenciada, que traz esse espaço, abertura, disponibilidade tão enfatizados para nós...Talvez esteja na hora de usarmos, ou ao menos, entendermos de que forma podemos usar esse espaço e termos mais voz ativa na trajetória dessa escola que está sendo construída com os nossos passos.
Alguns alunos se reuniram no dia de hoje, com o intuito de trazer questões, soluções, idéias que possam nos representar nessa escola. Como um limitado número de 5 gatos pingados não representam o pensamento de toda uma escola, pedimos, sugerimos, solicitamos que TODOS que tiverem qualquer interesse ou curiosidade junte-se a nós! Nosso intuito é formar uma espécie de centro acadêmico, grêmio ou coisa assim, mas não-tão-assim-na-verdade-muito-mais-legal.
Caso não haja jogo do Brasil na terça de manhã e a gente tenha aula, passaremos de sala em sala para dar este recado e marcar uma possível reunião com os alunos interessados (ou no mínimo um representante de cada sala) e posteriormente um novo encontro com Ivan Cabral.
As questões iniciais que pensamos fazer sentido trabalhar agora são as seguintes:

_funcionamento (falta de organização e/ou falhas de comunicação interna) e financiamento da escola ( trabalhamos com dinheiro público, ele está sendo ultilizado de forma equilibrada por todas as áreas e reais necesidades da escola?)
_horários/trabalho. EX: essa questão do sábado a tarde, ou pessoas que precisam trabalhar em determinados dias ou horários, de que forma isso pode ser conversado/ultilizado a nosso favor?
_Kairós (redefinir critérios de seleção)
_DRT!!! Não só conquistar meios de agilizar os nossos, mas realmente questionar sua função tal qual a do sindicato dos atores que deve facilitar e não dificultar nossas vidas!
è isso aí
câmbio desligo

Nadja

domingo, 30 de maio de 2010

Os resilientes do "Ibson"


O Experimento parece que se encerra, seguimos para uma nova fase. Ontem, passamos pelo processo de perscrutar as vivências. De fato, gostaria de expressar os meus delírios desse tão certo e incerto trabalho em grupo. Teatro é coletivo, se faz mediante estudo e prática e como sabemos, todos, é quase como a vida que " não passa de uma história cheia de som e fúria contada por um louco significando nada".






O cansaço tomou alguns de nós, eu mesma fui levada por uma languidez e um irritadiço humor. Não somente pelas horas que passaríamos debaixo do julgo da avaliação, mas muito pela má vontade de rever uma “coisa”, aquela coisa que incomoda.

Fui e sou do “Ibson”, aquele sexto grupo pra lá de desgovernado, cheio de contradições e com um entusiasmo latente. Desde as primeiras horas do dia, senti um receio de reviver as fagulhas de uma história tão intensa, fiquei constrangida com a ausência de pessoas fundamentais para a reflexão da coisa em si e que em si mesmas carregaram também as contradições que tanto apontamos.

Culpados, claro que tentamos encontrar. É quase um movimento natural procurar entender o que ou quem conseguiu desestabilizar o processo. Eita palavrinha repetida inúmeras vezes: PROCESSO. Não se referia ao romance de Kafka - em que uma personagem acorda, é presa e acaba num PROCESSO interminável e difuso. 

Não cometemos nenhum crime, porém devo admitir que me senti, muitas vezes, em uma espécie de incompreensível julgamento: ora como  acusação, ora como defesa e ora como ré. Toda essa contradição faz parte daquilo que discutimos: COMPROMETIMENTO. E o que é se comprometer? Se entrelaçar? Se doar?

Ao passar das horas, o mal-estar se dissipou, escutei, não pela obrigação com a escola ou com a pedagogia, escutei pela forma como se construía um coletivo naquelas reclamações, apontamentos e dissabores. Algo transpassou a dura casca e penetrou em minha sensibilidade, vi artistas, que apesar de esgotados e tristes, demonstravam união e coesão.

Percebi, na prática, aquilo que o Luís Cláudio transmitiu em sua primeira aula na Dramaturgia: “O teatro nos tempos presentes define-se inovadoramente por sua capacidade de resistência e de resiliência”.

Resistir, mas resistir a quê? À desterritorialização, à homogeneização da cultura, ao esquecimento, aos fundamentalismos, à hegemonia do capitalismo e da globalização, à espetacularização, etc. No entanto, resistir também é deparar-se com a pressão interna e suplantá-la: é superar a falta de diálogo, as contradições internas e o não alinhavar.

O “Ibson” demonstrou que o teatro tem um caráter de RESILIÊNCIA: a capacidade humana de passar por experiências adversas sucessivas, sem prejuízo para o desenvolvimento. E se é feito de artistas, o teatro, artistas somos RESILIENTES ao quadrado!

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Encontros notáveis- Adélia Prado



O primeiro encontro foi com uma poeta: Adélia Prado. No teatro Aliança francesa ninguém nos preparou para o impacto que sofreríamos... Adélia é uma poeta mineira, de uma cidade com o sugestivo nome de Divinópolis. Falou do papel do artista, da poesia do cotidiano, das religiões, de sua experiência como atriz amadora, da família, dos cinco filhos, dos amigos, de Carlos Drummond de Andrade (que reconheceu seu talento e a indicou para uma editora)... Mas sobre tudo ao ler algumas de suas poesias nos permitiu viajar através de seus olhos mágicos que captam como uma gigantesca lupa a simplicidade daquilo que passa despercebido pelos nossos "olhos ocupados". Somos a "geração dos sem tempo". Sem tempo para observar, contemplar, ouvir, amar, sentir, Ser. Ser humano. Ouvir Adélia nos permite acreditar que a arte é sim um instrumento de humanização. Evoé, Adélia Prado e muito obrigada por compartilhar conosco parte dessa beleza!

domingo, 23 de maio de 2010

Sábado na Praça





















Depois das apresentações do Experimento, um bando de artistas ocupou a Praça Roosevelt, posto algumas fotos. A autoria é coletiva, já que a máquina passou de mão em mão... ( por aninha terra)


Tres fotos - Inspetor Geral e O Inimigo do Povo




(por Aninha Terra)

quinta-feira, 20 de maio de 2010

É o começo... do Experimento que a vida nos pede todos os dias

Para alguns: desafio, trabalho, oportunidade, invenção, trajetória, partilha, troca, medo, descoberta, enfrentamento, mil coisas...
Para outros: lição de casa, agenda, tarefa a cumprir, despir-se, mostrar as lacunas, vazar o ser, desistência, escada, azo, arte...
É impossível definir, jamais nos caberia universalizar, medir ou até valorar as ações dos nossos “colegas”. Valorar como boa ou ruim, grande ou pequena.
Cada um é um mundo de possibilidades. Alguns não contentes em ser um mundo, se lançam nos braços da vida e tornam-se um universo de possibilidades. Universo!!!
Experimento... Ensaio... Tentativa... Exercício... Estágio... Aprendizado...
Nesses dias de experimento, perguntava-me quase o tempo inteiro: onde estava o sentido da arte naquele meu fazer. Agora entendo, que o resultado não está apenas no momento final do palco, na cena resumida. Está no trabalho em conjunto e sozinho, nas horas de reflexão e tentativas, nas desculpas amarelas, nas brigas que nem sempre levavam ao consenso.
É difícil trabalhar em conjunto, o fluxo nos cobra o tempo inteiro abertura.
Eis a maior lição que pude ter: ouvir o outro, deixa-lo falar, esperar e esperar trabalhando.
Aos meus colegas de experimento (grupo8), obrigado pela partilha e convivência. A todos, dos tratores até os mais quietos e vagarosos. Cada um com sua singularidade e contribuição, com suas palhaçadas e mau humor.
Viva a vida!!! Quem sabe: viva a arte!!!

Ricardo Soares Reis - Dramaturgia

domingo, 9 de maio de 2010

Ibecen...

Em breve no novo sabor: "PATO SELVAGEM"...






Mas...

O Ibson é mais gostoso...




Aproveitem...